Ouvia sempre... ouve-me que sou mais velha, sei mais, vejo melhor.
Hoje sou mais velha, mas, como em tudo, há sempre quem seja mais velho que eu.
Olho para esses e vejo-lhes uma tristeza no peito que não reconheço no meu crescimento.
Tive a sorte de viver as tristezas profundas numa adolescencia feliz, e a cada dia tenho maior alegria no meu coração.
Os meus dias são mais longos, porque dormir já é só um pequeno prazer necessário.
Tenho bons amigos, tenho memórias felizes, tenho histórias de livros, tenho muitas famílias e a minha cada vez maior.
Hoje vou visitar mais uma família e a na minha a todos os que quiserem convido... podem passar...
Dois ouvidos vos esperam...
sábado, junho 20, 2009
quarta-feira, junho 17, 2009
Visita de estudo
Hoje tive percepção plena daquilo que me trouxe de Belas Artes aqui ao Serviço Social.
Visitamos o lar de Brinches e a Associação Rota do Guadiana.
No lar a assistente social recebeu-nos de sorriso aberto, perguntando se queríamos saber alguma coisa da sua vida, porque achou importante apresentar-se como pessoa.
Falou todo o tempo com o coração nas mãos, mostrando o peito, sem pudor de referir as diferenças entre humanos, e sem pudor de mencionar as diferenças entre iguais. Tratar igual, nem sempre fazer o mesmo, a profissão exige estar próximo dos outros, exige humanidade.
Vim de Belas Artes, onde quase nem podemos estar próximos de outros, onde tínhamos que ser incompreendidos na mesma medida que seriamos originais, tínhamos que ser distantes e quase divinos, na mesma proporção em que quiséssemos marcar uma diferença esse mundo elitista e separatista que é o das artes. Tínhamos que ser nós os especiais.
A arte, é de todos, eleva a todos na sua criação.
A arte empodera todos com a sua subtileza, com a sua fragilidade profunda.
A arte é infinita, não faz sentido criar fronteiras onde entro eu mas não entras tu, onde caibo eu mas não cabes tu.
A Arte chega mais longe, e leva-nos a perto de nós, esse lugar distante que todos queremos visitar. TODOS queremos visitar, esse lugar onde estamos bem, onde somos felizes.
A arte é humana e para criar temos que ser o que todos somos, humanos e divinos. Sem ser diferentes nos beneficios, sendo diferente no ser, sendo igual na partilha e no uso daquilo que deve ser nosso. Temos que ser pequenos deuses, como são todos os que não criam com pinceis mais que desenham as vidas nas telas mais dificeis de trabalhar.
Visitamos o lar de Brinches e a Associação Rota do Guadiana.
No lar a assistente social recebeu-nos de sorriso aberto, perguntando se queríamos saber alguma coisa da sua vida, porque achou importante apresentar-se como pessoa.
Falou todo o tempo com o coração nas mãos, mostrando o peito, sem pudor de referir as diferenças entre humanos, e sem pudor de mencionar as diferenças entre iguais. Tratar igual, nem sempre fazer o mesmo, a profissão exige estar próximo dos outros, exige humanidade.
Vim de Belas Artes, onde quase nem podemos estar próximos de outros, onde tínhamos que ser incompreendidos na mesma medida que seriamos originais, tínhamos que ser distantes e quase divinos, na mesma proporção em que quiséssemos marcar uma diferença esse mundo elitista e separatista que é o das artes. Tínhamos que ser nós os especiais.
A arte, é de todos, eleva a todos na sua criação.
A arte empodera todos com a sua subtileza, com a sua fragilidade profunda.
A arte é infinita, não faz sentido criar fronteiras onde entro eu mas não entras tu, onde caibo eu mas não cabes tu.
A Arte chega mais longe, e leva-nos a perto de nós, esse lugar distante que todos queremos visitar. TODOS queremos visitar, esse lugar onde estamos bem, onde somos felizes.
A arte é humana e para criar temos que ser o que todos somos, humanos e divinos. Sem ser diferentes nos beneficios, sendo diferente no ser, sendo igual na partilha e no uso daquilo que deve ser nosso. Temos que ser pequenos deuses, como são todos os que não criam com pinceis mais que desenham as vidas nas telas mais dificeis de trabalhar.
terça-feira, fevereiro 03, 2009
Novo ano, nova vida
Mais trabalho, menos estudante, mas ainda trabalhadora estudante.
Outro trabalho, outra vida, mas ainda com grandes mexidas de um lado para o outro.
Este blog ainda mexe, mas como me mexo eu na vida muito à pressa sempre ele é lento e pachorrento para me compensar :)
Agora entrou em cena outra metrópole... Évora.
Lá vou eu imensas vezes a caminho de outro grande burgo com a rádio comercial. Entro em Évora à mesma hora que há fila na ponte e carros parados na 2ª circular, mas a minha viagem é bem mais tranquila. Em Outubro Novembro há passarinhos brancos para os lados da Vidigueira. Depois cobre-se de inverno a serra de Portel.
Até hoje tem sido lindo, uma experiência única, linda, empolgante...
Quase que agradeço não poder escrever aqui ... no quase estão os dias que gostaria de aqui trazer!
Agora deixo um pouquinho daquilo que me afasta daqui...
1º a inspiração...
Outro trabalho, outra vida, mas ainda com grandes mexidas de um lado para o outro.
Este blog ainda mexe, mas como me mexo eu na vida muito à pressa sempre ele é lento e pachorrento para me compensar :)
Agora entrou em cena outra metrópole... Évora.
Lá vou eu imensas vezes a caminho de outro grande burgo com a rádio comercial. Entro em Évora à mesma hora que há fila na ponte e carros parados na 2ª circular, mas a minha viagem é bem mais tranquila. Em Outubro Novembro há passarinhos brancos para os lados da Vidigueira. Depois cobre-se de inverno a serra de Portel.
Até hoje tem sido lindo, uma experiência única, linda, empolgante...
Quase que agradeço não poder escrever aqui ... no quase estão os dias que gostaria de aqui trazer!
Agora deixo um pouquinho daquilo que me afasta daqui...
1º a inspiração...
... Dá-me mais vinho, porque a vida é nada.
Há doenças piores que as doenças
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias, sonhos mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só como imaginá-las
Que são mais nossas do que própria vida.
Há tanta coisa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Há dores que não doem, nem na alma
Mas que são dolorosas mais que as outras.
Há angústias, sonhos mais reais
Que as que a vida nos traz, há sensações
Sentidas só como imaginá-las
Que são mais nossas do que própria vida.
Há tanta coisa que, sem existir,
Existe, existe demoradamente,
E demoradamente é nossa e nós...
Por sobre o verde turvo do amplo rio
Os circunflexos brancos das gaivotas...
Por sobre a alma o adejar inútil
Do que não foi, nem pôde ser, e é tudo.
Fernando Pessoa ...
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